terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mudando os Paradigamas da Educação por Sir Ken Robinson



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Obtido pela indicação do Lemão, conhecido também como Jesus ou He-man, a mãe dele chama de "Bruno Rodrigo" mas a Google prefere "Bruno Rodrigues".

Abraços

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Debate sobre a Educação por Josemar da Silva Pereira

Educação: O quê é isso? É de comer? É um gás ou um elemento invisível? É uma mercadoria? Achamos isso em um sex-shop?
Bom, vê-se que a discussão, antes mesmo de ser iniciada, é muito longa. Mas e daí? Afinal de contas, nessa vida vidinha miserável que levamos, às vezes o tempo se torna algo tão precioso que até esquecemos de aproveitá-lo com coisas simples e agradáveis, como por exemplo, uma boa discussão.
Antes de tudo, gostaria de informar que o meio aqui utilizado (internet) me causa certa repulsa. Confesso que estou ainda em fase de adaptação (processo em que estou sendo forçado a gostar dele), mas ainda não me acostumei totalmente. Porém, deixarei essa discussão para daqui a pouco.
Voltando à educação, a visão mais comum que se tem é que ela é fornecida pela escola, uma instituição bem antiga e que sofreu a influência de uma série de elementos. Um fato que não pode ser negado é que, grosso modo, a escola sempre teve o papel de educar os filhos da elite para que eles tivessem condições de substituir seus pais em um momento posterior.
Muito tempo se passou e pouca coisa mudou. É verdade que a educação se estendeu, abriu seus braços. Mas que educação? Para quem? De que forma ela é oferecida para as elites? E como fica a situação da base da pirâmide quanto a isso?
Bom, antes de me adentrar nessas questões, digo que sou da opinião que a educação não se restringe apenas ao ambiente escolar. A educação está viva em qualquer lugar e situação. Ela está em casa, no supermercado, no açougue, nas “bocas de fumo”, nas quadras de futsal, nos prostíbulos... Enfim, ela é onipresente. A questão é como lidamos com ela e quais são nossas intenções para com a mesma.
As coisas mais simples tendem a serem vistas como algo banal, sem utilidade. Já as coisas mais complexas, quando inseridas na sociedade, acabam ganhando mais seriedade e respeito. Por exemplo, um pai ao ensinar o filho a olhar para os dois lados antes de atravessar a rua está o educando. Acha que não? Do que adianta o menino saber quanto é nove vezes oito se ele tem grandes chances de morrer atropelado antes de chegar à pré-adolescência?
Essa questão já embaraçou (se é que ainda não embaraça) a minha mente por muito tempo. Por passar parte do meu tempo em um ambiente universitário, observo que vários jovens pensam que a educação pode ser medida em uma escala. Se uma pessoa não freqüentou a escola, ela não tem instrução nenhuma. Se ela fez apenas o Ensino Fundamental e Médio, ela está em um nível regular. Se fez um curso superior, ela possui um nível de educação que a faz se destacar entre os demais. Se tiver um mestrado, ela pode ser considerada um semideus. Se tiver um doutorado, ela alcança a categoria de deus.
Discordo totalmente dessa linha de raciocínio. O exemplo que mais gosto de me pautar para falar sobre isso é o do meu avô, um velhinho simpático que já se foi faz um tempo. Ele nunca pisou em uma escola. Quando precisava assinar algum documento, ele o fazia utilizando mais a técnica do desenho do que a da caligrafia. Porém, ele possuía uma imensa facilidade com marcenaria. Ele pegava um pedaço de madeira e conseguia transformá-la em uma viola, além de produzir vários sons agradáveis aos ouvidos. E aí, só porque ele não conseguiu freqüentar a escola ele tem que ser considerado “não-instruído”, ou burro, como o termo é mais conhecido popularmente? Quantos de nós sabemos construir um instrumento musical?
Todas essas questões me fazem pensar que todos, independente de profissão e grau de escolaridade, tem de ser tratados igualmente. Um médico não é melhor que sua cozinheira só porque ele tem um diploma universitário e ela não. Será que ele consegue cozinhar tão bem quanto ela? Aliás, ele conseguiria cuidar dos seus pacientes de barriga vazia?
Não concordo com o termo intelectualidade que nos é imposto atualmente. Todos, de alguma forma, vão ser bons naquilo que mais praticam. O problema é o que a sociedade vem praticando atualmente. Vejam só: se uma pessoa pratica futebol em boa parte do seu dia, ela (por mais “perna de pau” que seja) acabará ficando boa de bola. Se ela lê livros sobre a vida das tartarugas, ela será uma especialista neste assunto. Se ela cozinha, ela terá uma “mão” muito boa para tal arte. O problema é que as pessoas ultimamente andam gastando tempo demasiadamente com coisas que considero fúteis, como por exemplo, Orkut, MSN e vários outros meios modernos de comunicação e interação. A conseqüência disso é a formação de profissionais da fofoca e do bisbilhotamento da vida alheia, que não conseguem viver só por eles. Outras gastam tempo com coisas mais perigosas, como tráfico de drogas. Mas quero ver alguém conseguir enganar um traficante experiente na hora de “fechar a conta”. O cara, por conta da prática, acaba se tornando um “rato” da Matemática Básica.
Esses são apenas exemplos para ilustrar que não existem nem melhores ou piores e que a educação está em toda parte, sendo o problema fundamental a forma como ela é aplicada.
De qualquer forma, a escola surgiu com objetivo de nos passar conhecimentos culturais, artísticos, científicos, sociais e uma imensa gama de outros. Se somente ela é responsável por isso ou não, é uma outra discussão.
Tive meus primeiros contatos com a escola da forma mais tradicional possível. Meu primeiro dia de aula foi um berreiro porque eu não estava a fim de desgrudar da minha mãe. Aquele dia passou e muitos outros sucederam sem que sequer passasse pela minha cabeça que chegaria um dia em que voltaria a atenção para a educação. Ao fim do colegial, diante das incertezas do futuro, prestei vestibular para um curso de licenciatura, sem saber direito o que estava fazendo. Grande frustração: ali consegui ver de perto o quanto o sistema educacional é falho. Por não haver vagas para todos, seleciona-se os melhores utilizando o vestibular, avaliação que verifica conhecimentos várias disciplinas. Tal método se encaixa perfeitamente na meritocracia propagada pela nossa sociedade.
O ingresso na faculdade foi difícil. Para conseguí-lo, participei durante dois anos de um Cursinho Popular. Lá aprendi vários valores que não são ensinados em qualquer lugar. Além disso, mais do que o conteúdo do vestibular, aprendi a questionar tudo o que nos é imposto, inclusive a educação. Hoje, sendo membro do corpo discente de um curso superior de licenciatura, analiso a educação por várias facetas, tentando achar uma forma para ela. Confesso que até agora não consegui defini-la e acredito que até a hora de minha morte não tenha conseguido fazer isso.
O pouco que sei sobre a Educação é que ela é geralmente utilizada para perpetuar a estrutura social vigente, que mantém um status quo onde existem classes que se mantém em uma relação de dominados e dominadores. Como já disse, os filhos da elite recebem uma educação que propiciará o engessamento da sociedade, fazendo com que eles se mantenham no topo da pirâmide social.
Novas observações têm de ser realizadas sobre as conquistas que a classe oprimida conquistou. Exemplo disso são os cursos técnicos, que visivelmente se espalharam por várias regiões do nosso país. Digo que, após várias reflexões sobre o assunto, que tais cursos foram fortalecidos para que a base da pirâmide se especializasse em determinadas atividades, sendo uma conseqüência disso o aumento de lucros de quem se encontra no topo da pirâmide. Isso é só exemplo para tentar demonstrar que, mesmo com o passar dos tempos, com as várias mudanças sociais, políticas e culturais que tivemos, a infra-estrutura se mantém a mesma.
Diante de todas essas complicações, surgem interrogações sobre o que fazer.
Derrotar, ou mesmo alterar, o sistema é algo extremamente difícil. Muitos foram os que teorizaram as melhores maneiras de fazê-lo e outros muitos colocaram essas teorias na prática. Infelizmente, o resultado obtido não foi o dos melhores, se é que houve algum.
Cruzar os braços? Não resolveria muita coisa...
Já acreditei durante um bom tempo que todo trabalho direcionado à educação resolveria de alguma forma, mesmo que pequena, essa questão. Depois de algum tempo percebi que os resultados obtidos são irrisórios, não deixando que muita esperança alimentasse o meu espírito.
Bom, espero que alguém tenha alguma sugestão sobre o assunto. Por esses caminhos tortuosos da vida não estou achando muitas. Caso não consiga achar dentre em breve, me tornarei um eremita a procura da razão da existência.

Protótipo de Alguma Coisa