segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Aula 30 - Setor Terciário, Capital Financeiro e Pirataria

Setor de Serviços

Maior e mais amplo setor da economia, o que ajuda em grande parte para que seja também o de definição mais complexa. O terceiro setor da economia está associado à agregação de valor a um produto sem nenhum acréscimo físico ao produto em si. Mas como isso é possível?
Um produto sai da indústria com um determinado valor, para fins ilustrativos, vamos adotar um valor de 10 reais para nosso produto fictício, um boneco de qualquer professor de vocês, talvez. Então, o boneco sai da fábrica por 10 reais, mas nós não compramos diretamente da fábrica, compramos no mercado. Suponhamos que a fábrica deste boneco seja em Aracajú, o deslocamento do boneco terá um custo, estabelecido pela empresa de logística escolhida (terceiro setor), portanto o boneco chegará em Franca com o valor de, por exemplo, 14 reais, mas ele é o mesmo boneco. Nada foi acrescentado a ele. Chegando em Franca, a empresa de logística deixará os bonecos na loja que pediu o fornecimento, que os comprou por 10 reais mais o valor do frete que dividindo entre todos os bonecos ficou em 4 reais por unidade. A loja (terceiro setor) precisa de um lucro, então ela estabelecerá que o lucro que ela deve obter pelo boneco é de 5 reais, mais 1 real para o vendedor comissionado (terceiro setor). Ou seja, o boneco chegará para o consumidor a 20 reais, sendo exatamente o mesmo boneco saído da fábrica, agrega-se valor, sem que o produto seja alterado.
São consideradas também atividades do terceiro setor aquelas que envolvem valor, mas, não envolvem a aquisição de produtos, por exemplo, os serviços de um médico, de um advogado, a manutenção da rede elétrica, a instalação de equipamentos de segurança, a lista segue, imensamente.
Devido à imensa gama de relações comerciais deste setor, ele atualmente abarca mais de 50% do PIB brasileiro, além de utilizar grande parcela da mão-de-obra do país. Com a ascensão da comercialização de “softwares” a tendência é que o terceiro setor cresça cada vez mais.

Software – É qualquer produto que não possua matéria, como um anti-vírus, por exemplo, ou a assinatura de um pay per view, oposição do termo Hardware que diz respeito a produtos palpáveis.

Capital Financeiro

De modo simplista, é quando se obtêm dinheiro a partir do dinheiro, ou seja, não há um produto físico, ao qual se agregue valor. O valor é o próprio produto comercializado. Esta atividade funciona com a comercialização de contratos, ou títulos que correspondem a valores reais. Estes contratos ou títulos variam de valor de acordo com a procura de compradores, e, está relacionada com a credibilidade da empresa ou Estado a que estes contratos títulos correspondem. As atuais crises mundiais são reflexo da adaptação e dependência do mundo das relações efetuadas no mercado financeiro.

Pirataria Moderna e Produtos Ilegais

O que costumamos chamar de pirataria moderna pode ser descrito por qualquer produto comercializado que infrinja direitos autorais, de marca, ou intelectuais, ou seja, plágios e falsificações. São produtos copiados sem os devidos direitos de cópia (copyrights).
A pirataria moderna surgiu devido ao alto custo de alguns produtos somados a popularização de tecnologias que possibilitam a reprodução dos produtos a um custo muito inferior ao do vendido legalmente. Este pode então ser comercializado com a devida agregação do lucro e ainda por um preço muito inferior ao do produto original, com o devido copyright.
A pirataria está associada à acessibilidade de camadas cada vez maiores da população a produtos culturais e tecnológicos antes restritos a grupos limitados. Esta popularização da cultura, de bens e até mesmo de saberes seria um dos pontos positivos do crescimento da pirataria que apesar de ilegal é tratada de maneira ambígua pelas autoridades.
Em diversas cidades do Brasil existem os chamados “shoppings populares” onde são comercializados produtos de baixo custo e produtos piratas, estes shoppings geralmente são espaços cedidos pelas Prefeituras e pelo Governo do Estado, ao mesmo tempo em que periodicamente são realizadas batidas, apreensão e destruição de produtos piratas vendidos por camelôs fora destes espaços populares.
A internet é uma grande difusora de piratarias, existe atualmente uma enorme quantidade de músicas e livros, além de softwares que podem ser adquiridos gratuitamente sem a permissão dos autores. Pessoas do mundo todo trabalham para uma maior flexibilidade das leis de direitos autorais para que esta distribuição ilegal, que recebeu o nome de copyleft (jogo de palavra que associa “direito de cópia” com “esquerdo de cópia”, ou seja, o que vai contra o “direito”). Já existindo inclusive em alguns países partidos políticos com os nomes de Partido Pirata.
No caso do Brasil, podemos citar o Professor de Direito Penal da UFMG, Túlio Vilena, como grande defensor da legalização da pirataria.



Shopping Popular de Mauá
O vídeo acima mostra o confronto entre a polícia e os camelôs da famosa feira da madrugada próxima a estação ferroviária do Brás, a imagem ao lado mostra o Shopping Popular do município de Mauá, próximo a estação ferroviária de Mauá (mesma linha, cerca de 30min entre uma estação e outra), leiam o artigo sobre este shopping popular e vejam a ambiguidade da aplicação das leis.
O link para o artigo é:
www.hojejornal.com.br/materia.asp?id=1278
Produtos Ilegais – As diversas formas de tráfico, armas e drogas, passam por todas as áreas citadas de produção e distribuição, apesar de rigorosamente combatidas pelas autoridades de todo o mundo. Os grandes produtores e distribuidores de produtos ilegais, por vezes estão relacionados também com o estabelecimento de um poder paralelo, ou seja, de um pequeno Estado Ilegal dentro do próprio Estado. Podemos citar as FARC na Colômbia e alguns morros do Rio de Janeiro.

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