O incompleto diz; “terminei”
O aprendiz se diz “sansei”
O ignorante diz “eu sei”
O viajante diz “cheguei”
O perdedor diz “eu ganhei”
O vencedor diz “humilhei”
O covarde diz “eu direi”
O preguiçoso diz “eu farei”
O assassino diz “não matei”
O omisso diz “falarei”
O negligente diz “ajudarei”
E era tanta gente dizendo tanta futilidade
Tanta mentira e tão pouca verdade
E o verdadeiro Profeta já estava cansado
De tanta fala e pouco ato
De tanto falar e ser ignorado
Que meteu uma bala na cabeça.
(Evandro Rafael Saracino, Franca, dia frio de outono, 2010)
Thích Quảng Ðức, "O monge em chamas" Saigon , 11 de junho de 1963 |
Outro domingo, outra poesia, será que vira tradição?
Desta vez postei uma minha, espero que tenham gostado.
Salam
2 comentários:
O problema ao fim de tudo é que nós mesmos acabamos ficando com as "balas na cabeça", quando na verdade o outro ser a merecia. Essa futilidade está à nossa volta, quiçá em nós também.
Infelizmente, seu comentário é uma realidade.
Muito obrigado por comentar.
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